eu vim do mistério de mercúrio
o metal em liquidez
sou verdade que se dizencontra
a mens-ala-gem por si mesma
a metamétrica, metamerúnica
solipsista tragédia
solopassista berreiro
vindo da dor aquémérica
no chicote da vicissitude
alquímica vertigem de corpalma
a moer o ouro com os dentes
a beber o fel na taça uterina
a fundir num relincho o mistério
que se abre inveteradavertebradamente
dói
verto a bruxa incinerada
pelos buracos do verbocultista
pactuei com o demônio da letra
sou a gota da veia mefística
decantincandescência insurreta
escarnificina da rimestilística
rio
os olhos cachoeiram-se
na torrente onírica do medo:
vejo explodir o tubensaístico
das ideias elementaliciadas
largando a crisálida avessa
que lagarteou-se no tecer das asas
a rigidez entreversetrevada
ancora enquanto rodopia ideias.
metamerúnica renúncia metamétrica,
é chegada a hora final
da tua escarnificina!
faz-te a panaceia no seio
que a vida é curta, alquimiragem,
mas há um oásis de mercúrio
no coração da tua sede.